No dia 5 de Fevereiro, o Coletivo Núcleo Periférico realizou uma manifestação de protesto pelos assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho no Centro Histórico de Curitiba para. O ato contou com a participação do vereador Renato Freitas (PT-PR) que liderou uma transferência do protesto para dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que havia acabado de encerrar uma missa e ainda contava com religiosos que se incomodaram com a ação. O tema logo virou debate nas mídias sociais.
Por mais legítima que a motivação parecesse na cabeça do cara, o que me impressiona é que nem por um segundo se pensou que entrar com um grupo de pessoas para protestar numa igreja após uma missa (ainda com velhinhas dentro), não iria virar munição para a extrema direita por anos.
Passamos décadas falando que as manifestações religiosas deveriam ficar o mais longe possível do espaço público, limitando-se ao ambiente privado (nas casas das pessoas e templos), pros caras irem lá de megafone.
É por essas e outras que essa ideia idiota de disputar em campo religioso não ajuda em nada. Se o conceito de laicidade estivesse plenamente absorvido nos movimentos sociais e no campo progressista, perderíamos menos energia com esse tipo de ação e principalmente com as reações.