Já faz quase duas semanas que voltei do Taquarussu do Bonsucesso, um território que ficou tão marcado pelos os massacres do Contestado, quanto pela resistência da Cultura Cabocla. Foi lá que o Pontão Catarina realizou sua última Miniteia, um encontro de formação e debate entre os Pontos de Cultura e grupos locais de cultura de base comunitária.
Como de costume, foi um encontro muito rico de experiências e só consegui parar para escrever um pouco hoje sobre o assunto. O Cultura Catarina é um projeto mantido pela Associação Matakiterani e MinC, com o apoio de um comitê gestor composto de 12 organizações (entre ela a Alquimídia, que coordeno). Minha função no Pontão é articular a Comunicação e a formação de Cultura Digital. Rodamos todas as regiões do Estado em uma troca de conhecimentos muito interessante. Isso me fez ficar ainda mais intolerante ao me deparar com generalizações sobre o povo catarinense como uma maioria fascista e preconceituosa.
Sim, podemos ter um volume expressivo desse tipo de gente aqui, infelizmente. Mas também temos uma parte da população muito comprometida com uma visão de mundo mais justa, solidária e sustentável. E é preciso reconhecer e valorizar essas pessoas, que estão espalhadas nos vales, na serra, planaltos e litoral e que sobrevivem desde antes desse lugar ter nome de santa.
O Pontão Catarina está preste a encerrar sua fase de implantação, com a realização do Fórum dos Pontos de Cultura nos dias 26 e 27 de agosto, mas a plataforma Cultura Catarina chegou para ficar, pois tem uma missão muito importante: dar visibilidade ao o que Santa Catarina tem de melhor, sua diversidade.
Por isso, recomendo colocar o site www.culturacatarina.com.br nos seus favoritos e seguir @CultCatarina nas plataformas de mídias sociais e @culturacatarina no Fediverso.
Na foto: Eu, após plantar uma muda de árvore nativa (esqueci o nome) na sede do grupo Renascença Cabocla. No final do evento, foram semeadas 175 árvores.