É no mínimo incoerente, a declaração do Prefeito, ao afirmar que “educação e a religião são atribuições da família. A prefeitura e o Estado não podem se intrometer“. Incoerente, não só pelo fato de que promover a educação é sim, um dever do Estado, como pelo fato de que tal afirmação deu-se durante um encontro com religiosos que tinham como objetivo principal, vetar as menções à identidade de gênero do Plano Municipal de Educação. Ou seja, a prefeitura não deve “se intrometer” na educação, mas um grupo privado, baseado em um livro de procedência duvidosa, pode ditar o que deve e o que não deve constar no plano de educação de uma cidade inteira.
Sobre esta situação, recomendo a ótima entrevista que a professora Jimena Furlani do Laboratório de Estudos de Gênero e Família da UFSC concedeu ao Gabinete do Vereador Lino Peres.
Em tempo: É interessante observar a revolta seletiva de algumas pessoas nas mídias sociais, ao divulgar a foto do Prefeito no culto. São as mesmas que estavam, há algumas semanas, compartilhando fotos do Papa em reunião com chefes de Estado.
Não existe concessões em um Estado Laico, ou você defende, ou não defende a laicidade.