No dia 16/9 o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Florianópolis (CMPC-Floripa) realizou um debate com os candidatos à prefeitura da cidade sobre as suas propostas para a área.
Se fosse para fazer um recorte de gênero, diria que as mulheres se saíram melhor do que os homens de modo geral. Enquanto Angela Albino demonstrou grande entendimento dos mecanismos da cultura, como o fundo e conselho, Gabriela Santett tratou da realidade cultural da cidade para além dos ambientes e palcos tradicionais, colocando na pauta o que a falta de apoio para a área e até a censura a algumas expressões da cultura popular como o maracatu e a capoeira.
Embora tenha mostrado sensibilidade com a área, Elson Pereira poderia ter ido além da ideia utilitarista da Cultura como “oportunidade de turismo”, etc. Já Maurício Leal e Murilo Flores não conseguiram sair do aspecto assistencialista no qual as políticas públicas para a cultura são colocadas erroneamente.
Ângela Amin e Gean Loureiro não foram ao debate, alegando comprometimento anterior (ou seria prioritário?) com outras agendas, mas enviaram seus vices Rodolfo Pinto da Luz e João Batista para representar as suas propostas.
Sobre estes últimos, me limito a dizer que seus projetos políticos são a continuidade de gestões que fizeram muito pouco ou serviram para emperrar ainda a mais gestão pública da Cultura na capital, que, se não fosse a garra dos artistas e produtores locais, estaria a somente a mercê da programação estritamente comercial e de espetáculos caça-níqueis de fora.
É uma lástima justamente os dois candidatos que não se deram ao trabalho de ir ao debate com a classe cultural estarem no topo das pesquisas eleitorais. Espero sinceramente que o fim destas eleições tenha um desfecho melhor para a população de Florianópolis, que acredito que esteja nas candidaturas de Angela, Gabriela e Elson.
Por falar em compromisso urgente, também por uma questão de agenda prioritária que chora e troca fraldas, tive que sair antes do fim do evento, portanto, minhas impressões se referem até a abertura para as perguntas do público. Se alguém quiser complementar, fique à vontade.
